Mania Fatal: uma novela melhor

Criada e escrita por Álvaro André Zeini Cruz

Maví é um jovem ambicioso, que embarca para a Ilha da Corja para viver junto da mãe, Mércia, e trabalhar com o pai, Molina, sujeito de caráter duvidoso, que tem ali um condomínio-resort paradisíaco. Mas a harmonia familiar dura pouco e, num desentendimento, Maví mata Molina. Quer dizer, acha que mata; na verdade, Molina está vivo e — com a ajuda do Dr. Peitão, cirurgião plástico que tem uma clínica no resort — segue de perto os passos do filho, agora sob a identidade de Nahum, homem pacífico e, aparentemente, sem história.

O problema é que Lola, a secretária do Dr. Peitão, descobre a tramoia envolvendo o patrão, Mércia e Molina e passa a chantageá-los. O trio cede, e Mércia se torna sócia de Lola na clínica de estética instalada no resort, a Mercy-Lolalândia. O que EspertaLola não imagina, é que está lidando com uma mulher tão misteriosa, mas tão misteriosa, que nem mesmo a própria Mércia sabe direito quem é ou o que quer.

Na Ilha, também vive Berta — banqueira boa-praça, com pinta de Walter Salles —, que contrata Leidi e Sirlei como empregados de sua mansão. Ignorante de que Leidi e Sirlei são um casal, a inocente Berta — cuja fortuna é um milagre — não imagina que Leidi planeja jogar o próprio marido para cima da patroa. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e a parasita Leidi muda de planos ao perceber que Átila Argento, sócio de Berta, está interessado em Sirlei. O motorista se torna só mais um motivo para que Átila feche negócio e tenha sua própria mansão na Ilha da Corja…

Herdeiro dos negócios do pai, Maví se apaixona por Viola e não titubeia em soltar o bordão “Viola, minha Viola” toda vez que contracenam. Viola é cozinheira do resort, e trabalha para a Chef Dhu. Na cozinha, ela faz amizade com a subchefe Luma, principalmente porque, juntas, passam pela prova de resistência diária de terem que conviver com Edimílson, marido de Dhu, que vive desviando quentinhas da cozinha.

Desligada e sonhadora, Luma é apaixonada por Maví. Forma-se o triângulo Luma-que-ama-Maví-que-ama-Viola, mas o que nenhum deles sabe é que Luma, na verdade, é Rebeca Paixão, uma das funcionárias que trabalham sob efeito de uma droga da obediência. Na verdade, Luma é uma das vítimas do tráfico de pessoas chefiado por Molina; como outras, ela foi fisicamente transformada pelas cirurgias plásticas do Dr. Peitão. Contudo, Luma/Rebeca passa a ter lampejos de sua antiga identidade ao se envolver com as atividades lúdicas da lona cultural.

A verdade pode vir à tona com a chegada dos pais de Rebeca, o casal de trambiqueiros Lino e Elvirinha. Eles embarcam para a Ilha depois de ganharem uma semana de estadia pagando mico no Domingão do Huck. Levam junto a prima Marlete Três Oitão, que ouve vozes e pode desmascarar tudo o que acontece ali — inclusive a nova identidade de Molina/Nahum.

Além do casal Paixão, um mocinho obstinado procura o irmão, Iberê: invocado pela sensitiva Moema, Esteban, o pescador-parrudo raiz, chega à Ilha através de um buraco de minhoca aberto na tapera de Jumá Marruá. Com a ajuda dessa amiga réivosa (que, finalmente, ganha uma função), Esteban procura Iberê para levá-lo de volta à dimensão em que ele poderá ser feliz com o Príncipe Maví. Mas a paixão à primeira vista por Viola pode colocar tudo a perder.

Criado na Ilha da Corja, Iberê foi a primeira vítima do Dr. Peitão, e agora é Benjamin Argento, braço-direito de Maví. Nem o próprio Iberê/Benjamin sabe  que é o filho que Mércia teve com Átila numa vida passada, quando Mércia — depois de fechar seu bordel em Salvador — passou uma estadia na fazenda de Átila em Ilhéus. Após armar uma tocaia malfadada contra Átila, Mércia se escondeu num convento, de onde foi resgatada pelo jogador de futebol Tufão. Tufão, na verdade, é Molina, que de Murilo Benício passou a Rodrigo Lombardi pelas mãos mágicas do Dr. Peitão.

Os destinos de todos esses personagens se cruzam, mas as verdades têm um deadline: a Ilha da Corja está localizada sobre uma trinca tectônica, recém-aberta pela perfuração de petróleo que Molina/Nahum comanda clandestinamente, com a ajuda de todas as máfias escritas por João Emanuel Carneiro. A qualquer momento, um grande terremoto, apelidado de Janete Clair, pode acontecer, levando embora boa parte desse primoroso elenco em histórias estapafúrdias…