Edição lançada em 30/11/2015
Editorial 17
A ressaca da nossa celebração de aniversário perdurou quase até o período de festas. Quase, já que uma combinação de Engov e Epocler nos deu forças para esta edição enxuta antes da derradeira deste atribulado ano de 2015. Brincadeiras a parte, é impressionante como Chronos – tempo cronológico que cito em meu texto sobre Digimon Adventure – encurrala essa atividade que deveria ter um tempo singular, ou ao menos, contar com um pause ou um vira tempo. Caberia até uma campanha pela realocação do pause, que profana a fruição e fluição dos filmes vistos em TVs e notebooks, para a tarefa da escrita, que por vezes tem que ser espremida, interrompida entre os afazeres mundanos do dia-a-dia. É isso: deixemos o tempo escorrer na experiência do visionamento, o coloquemos em suspensão durante a escrita, para que o mundo lá fora não nos interrompa, para que… Caramba… Mas o mundo lá fora é necessário. Não só à escrita, mas às telas, para que elas possam ser “janelas” de algo, fragmentos retrabalhados do mundo. Talvez tenhamos que nos debater nesse eterno tensionamento entre continuum e interrupção, entre plano e fotograma. Mas divago. Talvez seja a mistura de Engov e Epocler…
Nesta edição, Marcella Grecco toca a questão da incomunicabilidade no austríaco Boa noite, mamãe, Phillippe Watanabe fala sobre a série Mr. Robot, e Felipe Cruz deslumbra-se com Chantal Akerman. Eu já antecipei sobre o que falo e já falei demais neste editorial.
Boa leitura
Álvaro André Zeini Cruz
editor